quinta-feira, 4 de junho de 2009

A TRAGÉDIA COM O AIRBUS DA AIR FRANCE EM 31/05/2009

Todos nós estamos chocados com a tragédia do Airbus A330-200 da Air France, que fazia o voo AF 447 do Rio de Janeiro a Paris e que desapareceu dos radares no último dia de maio, domingo.
Hoje, às 15h, li no Estadão: “A aeronave da Air France desapareceu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo durante o trajeto Rio de Janeiro-Paris. De acordo com a companhia e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 58 brasileiros embarcaram na aeronave. O último contato do Airbus ocorreu às 23h14 de domingo. Na terça-feira, o Ministério da Defesa brasileiro confirmou o acidente do voo 447, com base em destroços encontrados próximo à costa do País”.
É frustante a nossa incapacidade de prever grandes tragédias. Alguns críticos poderiam dizer que seria aterrador se Deus nos tivesse dotado com a vidência real. De qualquer forma penso: E por que, desde a invenção das “caixas pretas” das aeronaves, nunca ninguém pensou em dotá-las de um sistema capaz de fazê-las flutuar?
Os especialistas dizem que esse aparelho, a “caixa preta”, que não é preta, mas vermelha ou alaranjada, é do tamanho de uma caixa de sapatos. Dizem também que ele é constituído de sistemas eletrônicos de gravação que registram automaticamente todos os dados relativos ao vôo, bem como os últimos 30 minutos de conversação na cabine de comando. Para resistir aos choques, as “caixas pretas” ficam na cauda da aeronave e são fabricadas com materiais ultra-resistentes, como titânio ou fibra de carbono, podendo suportar temperaturas superiores a 1 000 graus Celsius. O projetista de aeronaves Lauro Nei Batista afirma: "A caixa preta tem uma bateria que garante seu funcionamento totalmente independente do avião".
É realmente uma invenção maravilhosa, mas não flutua. Caso caia no meio do oceano pode se perder para sempre levando consigo as informações necessárias sobre o que de fato ocorreu com a aeronave e, o que é pior, proibindo a prevenção de casos futuros.
Penso no ditado: “Deus sabe o que faz”.
Este raciocínio me leva para outro assunto recém tratado nas aulas de Criminologia do meu curso de Pós Graduação em Direito Penal: As máquinas fotográficas digitais conseguem armazenar, conforme sua configuração, certa quantidade de imagem e vídeo. Já pensou se o moribundo pudesse guardar na retina os seus últimos momentos de vida? E já imaginou se tivéssemos a tecnologia certa para extrair estas imagens?
Para a polícia seria uma mão na roda. Para o assassino seria a confissão. Para o morto uma tragédia: Não seria enterrado com os olhos.
Isto me leva a um outro ditado: “Para cada coisa Deus deu medidas próprias”.